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Aonde eu moro é um lugar de raça.
O povo de lá sem forró não passa.
Dançar o catira é nossa cachaça.
No braço da viola ninguém me laça.
Zebuzada berra lá nas quiçaças.
Cachorro late correndo caça.
E a cartucheira não embaraça.
Ai, ai, e o bicho deita é na fumaça.
Aonde eu moro não tem mosquito.
Até a noite é muito bonito.
A lua brilho no infinito.
Olhando nela Urutau dá grito.
No romper do dia já está escrito.
Vem passarinhos lá nos palmitos.
Fazer duelo muito esquisito.
Ai, ai, canta as Maritacas e os Periquitos.
Aonde eu moro é uma corrutela.
Não tem igreja mais tem capela.
É onde eu rezo e queimo vela.
Quando tem terço nós não cancela.
O coral é feito pelas donzelas.
Festa de reis é coisa mais.
Suas belezas nós dois revela.
Ai, ai, a viola vai eu não vou sem ela.
Aonde eu móro sou conhecido.
Todos vizinhos são reunido.
As mulher respeita bem o marido.
O lugar parece que foi benzido.
Lá não tem malandro não tem bandido.
Se é vagabundo já sai corrido.
Pra divertir somos divertido.
Ai, ai, e pra trabalhar somos sacudido.