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Um bagual corcoveador

João Luiz Corrêa

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A tropa vinha estendida
pastando no corredor
eu empurrava culatra
e também fazia fiador
num bagual gordo e delgado
arisco e corcoveador
que se assustava da estaca
e da sombra do maneador

É brabo a vida de um taura
que só trabalha de peão
nisso uma lebre dispara
debaixo de um macegão
meu pingo só deu um coice
escondendo a cara nas mãos
saiu sacudindo o toso
e cravou o focinho no chão

Tentei levantar no freio
mas era tarde demais
eu vi uma poeira fina
formando nuvens para trás
berrando se foi a cerca
e cruzou pro lado de lá
parecia uma tormenta
cruzando em Maçambará

Se enganchava nas esporas
sobre a volta do pescoço
cortando couro com pêlo
e tirando lascas de osso
naquele inferno danado
"bombiei" pro meu cebolão
regulava quatro e pico
numa tarde de verão

Senti a força do vento
me arrancando dos arreios
e aquele bicho parecia
que ia se rasgar no meio
deixei manso e de confiança
montaria de patrão
pois honro o nome que carrego
me orgulho de ser peão

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